Os 7 principais tipos de fundações

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Conhece aquele ditado “saco vazio não pára em pé”? Sim? Se nós adaptarmos essa frase para a engenharia civil ficaria: construção sem fundação, também não pára em pé. Por isso, é importante que o engenheiro saiba as características e aplicações dos tipos de fundações. Afinal, essa é a estrutura primordial de qualquer obra e é essencial fazer a indicação correta para evitar problemas futuros.

Tipos de fundações

O que são fundações?

A fundação é a estrutura que permite a distribuição segura de carregamentos – , ou seja, de pesos – para o solo na construção de casas, viadutos, edifícios entre outras edificações. Assim, evitando que corra recalque (afundamento) do solo ou patologias na edificação.

De fato, para fazer a indicação correta do tipo de fundação, é preciso entender qual será a finalidade, a altura e o método construtivo do imóvel, além de conhecer o tipo do solo em que será feita a construção.

O terreno

Primeiramente, para fazer a indicação correta da fundação, é preciso conhecer bem o terreno em que será construído, maioria da vezes utilizamos a sondagem do tipo SPT (também conhecida como sondagem a precursão) para conhecer as características dele. Desse modo, os pontos de atenção estão: saber se há ou não lençol freático e saber qual a resistência do solo.

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Por conseguinte, em solos resistentes e com afloração de rochas nos primeiros metros, a melhor indicação são fundações rasas. Já em solos menos resistentes, o melhor é optar por fundações profundas.

Em locais com lençol freático, considere o material utilizado na fundação na hora de fazer a indicação, já que alguns podem sofrer corrosão com o contato com a água.

Metódo construtivo

Similarmente, é preciso também saber a área total da obra e ter o projeto arquitetônico em mãos. Assim, o engenheiro calculista (responsável por esta parte da obra) pode definir cargas e suas distribuições, pensando na segurança e economia, e indicar o melhor tipo de fundação.

As fundações são divididas em dois grupos. O primeiro possui as seguintes características: superficial, direta e rasa. Já o segundo, são as profundas e indiretas.

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Fundações Rasas

Primeiramente, é preciso saber que as fundações rasas estão definidas, segundo a NBR 6122, como elementos de fundação na qual sua base é assentada em profundidade inferior a duas vezes a menor dimensão. Assim sendo, neste grupo estão os tipos sapatas, blocos de fundação e radier. Conheça cada um deles:

Sapata isolada

construção de uma fundação sapata isolada

Esse é o tipo mais comum. Possui base quadrada ou retangular e seu topo pode ser reto ou piramidal. Recomenda-se para solos firmes e resistentes. Dessa forma, é indicada para estruturas de pequeno porte (como residências), pois essas construções normalmente recebem o peso através das colunas.

Sapata corrida

perspectiva sapata corrida

A grande diferença entre este tipo e a isolada, está na transmissão do peso. Na sapata corrida, a carga é transmitida para as colunas e depois dividida linearmente para o solo. Isso acontece pois elas são contínuas, parecidas com vigas. Indicada quando a distância entre os pilares é pequena.

Bloco de Fundação

Este tipo consiste em blocos retangulares de concreto que suportam o peso da estrutura sem a armadura de aço. Utiliza-se em solos de alta resistência e em construção de pequeno porte. Entre suas principais vantagens estão o custo baixo e a velocidade de execução.

Radier

fundação tipo radier, obra

Consiste em uma placa de concreto armado que fica abaixo da casa e em contato direto com o solo. Assim, o peso da construção é distribuído igualmente através dos pilares. Essa fundação é mais eficiente em solos de baixa resistência. Utilizada principalmente em edificações Steel Frame (estruturas de perfis metálicos e fechamento com placas).

Fundações Profundas

As fundações deste grupo são mais eficientes em obras maiores em solos moles ou para estruturas sobre a água. Nelas, há a transmissão da carga da edificação para a fundação através da resistência de ponta (ou seja: pela base) e pela resistência de fuste (chamada também de lateral). Sua instalação é feita em profundidade superior ao dobro da menor dimensão da construção (com o mínimo de 3 metros). Por isso resistem a mais peso que as fundações rasas.

São três tipos de fundações profundas: estacas pré moldadas, estacas hélice contínua e tubulões. Conheça cada um deles:

Estacas pré-moldadas

fundação profunda em estacas pré-moldadas de concreto, em uma construção / obra

Este tipo de fundação funciona da seguinte forma: as estacas recebem a carga diretamente e distribui as tensões através de suas pontas e do atrito lateral, responsável por absorver a maior parte das tensões. Normalmente para obras de pequeno e médio porte utilizam-se estacas pré moldadas de concreto, já que permitem fazer emendas. Em outras palavras, durante sua execução, são feitas compactação do solo, o que propicia um aumento na capacidade de carga e reduz as possibilidades de recalque. Tome cuidado se o terreno possui lençol freático, já que o sulfato presente na água pode corroer o material.

Estacas hélice contínua

fundação em estaca hélice contínua, na obra ou construção

Em solos que não necessitam de escoramento, ou seja, que não sejam solos fofos dê preferência a este tipo de fundação. A técnica consiste em uma perfuração realizada com um trado helicoidal com tubo vazado central. Após a perfuração, despeja-se o concreto à medida que o trado é retirado, criando assim estacas de concreto.

É importante utilizar concreto pressurizado para que não ocorra falhas no meio da estaca e gere perda de resistência.

Tubulões

Para obras de grande porte e que possuam cargas elevadas, como edifícios, viadutos e pontes,utiliza-se tubulões. Funcionam de forma parecida com as estacas: absorvem o atrito pelas laterais e pelas pontas. Além disso, em solos mais resistentes, costumam-se alargar a base.

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Cuidado com as construções vizinhas!

Por lei, a responsabilidade sobre trincas e outros danos causados pela escavação recai sobre o responsável da obra. Então, tome cuidado com a proximidade das edificações vizinhas durante a execução do projeto.

Certifique-se sobre lençóis freáticos!

Pense: se você faz uma perfuração e atinge algum lençol freático, dependendo da profundidade escavada, a água poderá ser drenada e os terrenos vizinhos (que estavam sobre o lençol) podem ter o volume do seu solo diminuindo e causando recalque. Ou seja, converterá em grandes prejuízos.

Em suma, a fundação é uma das partes mais custosas da obra. Por isso, qualquer erro pode virar um baita prejuízo. Assim, é preciso conhecer a fundo as características e indicações de cada tipo para a melhor indicação e eficiência da construção. Quais são as suas dúvidas sobre o tema? Deixe nos comentários!

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